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sexta-feira, 12 de novembro de 2021

Peregrino! Sedutora utopia

 

Nas minhas andanças encontrei uma bela rainha, sedutora, elegante, de lábios doces. encantou-me de tal maneira que pensei em deixar a vida de andarilho, o seu Castelo era fascinante, uma vida doce como o mel, minha mente e olhar ofuscado pela beleza e doçura, não perceberam estar num castelo de cartas, nem que o ar era falso e que estava nas garras do engano. Por um longo tempo fui enfeitiçado pela Mentira, talvez porque era no que eu queria acreditar ou talvez confiasse cegamente nas pessoas.


Depois de um tempo em total cegueira, a minha mente começou a questionar, ter sede da verdade, mas os amantes da Mentira começaram a perseguir-me.

Deliberadamente tentavam convencer-me que aquele lugar era verdadeiro, sabendo ser falso; para benefício próprio ou de outros, para maximizar um ganho ou evitar uma perda usam o logro


Auto engano estava por toda parte, mentir para si mesmo, era uma forma aceitável de evitar verdades inconvenientes e criar uma realidade ilusória. Tinham a capacidade de omitir informações de si mesmo, acreditar no que lhe convém era uma prática aceitável nesse reino.


Verdade, devia está aprisionada em algum cantinho desse mundo de ilusão, não estou a buscar aquela verdade doa a quem doer, essa costuma ser subjetiva. A verdade que procuro nessas terras de irrealidade, é a veracidade, baseadas em fatos, a amiga da exatidão. Só ela poderá me levar de volta à estrada correta.

A minha busca incansável pela verdade, levou-me por caminhos inusitados e constrangedores, mas finalmente a encontrei sozinha num quartinho apertado, pálida e fraca, não havia quem a alimentasse.


Fiz um antídoto:

1 gota de autenticidade

1 colher de Sinceridade

2 colher de realidade

1 porção generosa de entusiasmo.


Pronto! Fortalecida e livre, estava pronta para me colocar no caminho correto, mas antes vimos o castelo de cartas ruir. O mundo fictício é efêmero, desaponta os seus amantes, machuca os desavisados, calúnia inocentes. Nem tudo o que seduz é sincero ou bom. A beleza e doçura da mentira no final se transforma num esquisito amargor. Aprendi a lição! No futuro ficarei longe da sedutora utopia.






terça-feira, 21 de setembro de 2021

Peregrino/ Roxo de Raiva?


    Como bom andarilho que sou visitei muitos lugares, alguns lindos, acolhedores, outros sinistros e assustadores. Hoje estou passando na estrada da raiva, vermelha e às vezes roxa. Acredito que todos já ouviram a expressão: roxo de raiva! 

  O caminho não é feio, frio ou indiferente, mas em alguns pontos da estrada há grandes explosões, as pessoas que moram aqui estão sempre doentes, ansiosas e angustiadas. As casas são corroídas lentamente de dentro para fora, eles nem se apercebem. 

   Tem uma praça no meio da cidade onde a insegurança e a frustração brincam juntas, não entendi a lógica da brincadeira, mas o juiz ego ferido entende bem do jogo sinistro. O protesto grita o tempo todo, a timidez fica quieta observando. Uma confusão, com muitos objetos quebrados, o verdadeiro caos. A praça é adornada pela erva daninha do ressentimento, tem também umas plantas carnívoras do rancor. Do lado direito há um palco com um festival da culpa: gritos, choro, xingamento e palavrão. A Queixa não para de aplaudir e assobiar, a Desunião vibra. É bizarro! Num estande sombrio encontrei a ira e a agressividade jogando impaciência, bem surreal.

   Eu comecei a perder a calma, ficar impaciente, irritado, meu coração acelerado, senti vontade de gritar e acabar com aquela loucura. 

   A contida falou discretamente: melhor é reprimir esses sentimentos, se der vazão a eles vai perder a razão. Não rejeitei o conselho, porém reprimir não era solução, em todo o caminho há o escritório do Bom Senso, então decidi procurar a sabedoria desse velho amigo, para encontrar o equilíbrio. O bom velhinho não estava, todavia não dei viagem perdida, o seu assistente me deu a receita do antídoto contra a raiva.

  Abri o papel e li sentado numa sombra da árvore chamada abrigo.

  Respire devagar, mude o foco, olhes para as flores amor-perfeito, contemple sua beleza e sinta o vento tocar na sua pele, agradeça por tamanha dádiva, agora mais calmo prepare o antídoto:

1 colher de autoconhecimento

1 colher de gratidão

1 colher de compaixão

1 xícara bem cheia de perdão

10 gotas de tempo

1 pitada de respeito

1 dose generosa de compreensão

Oração a gosto

Tome o antídoto e caminhe até o prédio com a placa: libere suas emoções. Lá tem pintura, artesanato, costura, bordado, tricô, crochê e uma área para exercícios, massagens, técnicas de relaxamento…  quando sair de lá vai estar em condições de lidar com a loucura da raiva.

Obrigado pela preferência.

Volte sempre!

         Atenciosamente 

                  Bom Senso.


Segui a risca as orientações do meu velho amigo, a calma fez as pazes comigo e pude entender melhor como funciona essa estrada, e o  porquê dela ser assim. Conversei francamente com o trauma, com a dor emocional, com o entretenimento e com especialista, a causa da raiva é controversa, no entanto, aprendi lições valiosas sobre meus sentimentos, autoconhecimento e como controlá-los. Apesar do caos dessa estrada, levo lições importantes na minha mochila e mais um antídoto.





 

terça-feira, 10 de novembro de 2020

Peregrino/ Assassinaram a Felicidade?

Sou o Peregrino, viajo por estradas que compartilho com o vento.
Hoje encontrei a estrada florida da felicidade, linda! 
Minha decepção é plena, Estão tentando assassinar a felicidade. É chocante ver um grande exército invadindo a bela estrada, para matar a felicidade. 
Como pretendem fazer isso?
Vivendo de passado, alimentando a vil suspeita, dando asas a amargura, abrigando o ciúme, acolhendo a contenda, buscando conselho com o engano, colocando lenha na fogueira da fofoca, fomentando brigas, mentindo, logrando…
   A alegria me contou que um homem vestido de luto, de dupla face, com a arte do fingimento, amante do logro. Esse senhor envenenou a felicidade, que morre na gruta do desamor. O contentamento não se cansa de lamentar, as flores estão murchando…
   Precisamos salvar a felicidade e sua estrada florida. Rápido! Me ajudem a preparar o antídoto.
1 – 1 colher de otimismo.
2 – 1 xícara de viva o presente.
3 – 1 colher do composto amizade e compreensão.
4 – 3 dose do perdão.
5- altruísmo e abnegação a gosto.
Bata tudo com gentileza.
Pronto é só fazer a felicidade beber diariamente.
A alegria, o contentamento, a generosidade, se comprometeram de espalhar as sementes do amor para proteger a estrada dos invasores. A amizade ficou de reforçar as barreiras contra os inimigos da felicidade.
 Obrigada pela ajuda de todos. A estrada voltará a florir, ser bela e dará frutos preciosos. Quanto a mim, tenho que prosseguir viagem, a dez metros tem uma bifurcação que precisa de ajuda. Vou compartilhar com o vento, ele trará notícias minhas.
Que felicidade! Quando estava no meio do meu trajeto uma gentil águia veio me contar que o antídoto estava fazendo efeito e que a árvore satisfação, voltará a ser frondosa. Quando o sol escaldante das adversidades estiverem insuportáveis, os viajantes vão descansar na sua sombra e o vento amigo trará frescor.
Continuo minha jornada de Peregrino, buscando novos caminhos, novos amigos, aprendizados, histórias para contar no meu livro da vida.